terça-feira, 8 de outubro de 2019

QUEM ESTÁ AQUI DESDE O COMEÇO?

Por Fabíola Bezerra

Criei a página do Mural Interativo do Bibliotecário no Facebook em abril de 2013, naquela altura, todas as manhãs, para ser mais exata, às 8h da manhã, postava um texto autoral.

A escrita era descontraída, longe da rigidez dos textos acadêmicos, foi a maneira que escolhi para partilhar um pouco da minha experiência profissional e da minha visão sobre o dia a dia da profissão e da atuação do bibliotecário. Pouco a pouco, aquela escrita descontraída foi “caindo” no gosto dos colegas bibliotecários e a nossa página foi crescendo exponencialmente. Era um tempo em que o conteúdo postado chegava no feed dos seguidores de forma orgânica e sem nenhum investimento de patrocínio. Gostava de comparar o Facebook como uma pracinha de uma cidadezinha do interior, onde todas as pessoas se encontravam para conversar e atualizar os assuntos do dia a dia.

Em três meses a “fama” do Mural já tinha ultrapassado as fronteiras do Ceará e já se espalhava pelo Brasil. Em julho do mesmo ano, participei do XXV Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação que aconteceu em Florianópolis, foi a oportunidade que tive de conhecer muitos dos colegas bibliotecários que já seguiam o nosso trabalho.

Durante o evento aconteceu uma coisa interessante, estava no elevador do hotel em que estava hospedada junto com uma moça que também participava do CBBD, na ocasião usava meu crachá e percebi que ela olhava insistentemente para o crachá como se quisesse ler o meu nome, confesso que me senti um pouco sem jeito com a situação, então era olhou para mim e disse:

__ “Você é a Fabíola Bezerra, aquela dos textos bem bacanas?

Dei uma risada de alívio e confirmei que sim. Embalada pela “emoção” como de alguém que encontra pessoalmente “seu primeiro fã” disse para ela assim:

__”Preciso registrar esse momento, pois afinal de contas não é todo dia que você encontra um fã”.

Demos uma risada as duas e registramos o encontro.


Essa moça se chama Emanuelle Amaral desde então seguimos o trabalho uma da outra, tenho acompanhado pelas redes sociais o seu crescimento profissional.


Domingo último ela enviou uma foto dela durante a apresentação do seu trabalho no #CBBD2019. Poderia ser apenas uma foto que registrava o momento, mas o envio da foto tinha um propósito: mostrar que ela vestia uma blusa da T-shirts Mural durante a sua apresentação, o modelo da blusa apresenta a frase “Toda a biblioteca será o que for o seu bibliotecário”, ao enviar a foto ela disse assim: “Fiz sucesso com ela no CBBD! [...] Ela é a cara da minha pesquisa ♥”.

Depois da nossa conversa no Instagram fiquei pensando sobre o longo caminho que trilhamos até chegar aqui, pensei o quanto o Mural foi importante como canal para nos levar até outros colegas bibliotecários.

Assim como a Emanuelle muitos outros estão conosco desde o início. Conta pra gente aí nos comentários se você está no nosso time desde o começo.


segunda-feira, 7 de outubro de 2019

LEITURA: GOSTO OU HÁBITO OU GOSTO E HÁBITO?

Por Ana Luiza Chaves

Essa é uma discussão antiga. A dualidade reflete as tendências: o prazer e a obrigação.


O hábito pela leitura habita de forma insistente no cotidiano do leitor. É algo tão automático que pode não haver escolhas. É, às vezes, o contexto, a obrigação habitual de ter que ler, de cumprir alguma tarefa que exige a leitura prévia ou simplesmente porque está ali a sua frente e lhe chamou a atenção. Podemos estar falando aqui de um procedimento, de um jornal, pois temos que ficar informados de tudo que se passa ao nosso redor, dos apelos de um outdoor, daquele livro que compramos por impulso, o qual iniciamos a leitura e agora temos que terminar ou ainda daquela lei ou norma que é fundamental para o exercício de uma tarefa.

Bibliotecários e arquivistas sabem muito bem do que estou falando. Não que em outras profissões essa necessidade não exista, mas naquelas funções o ato de ler é fundamental, lê-se tudo que se recebe, é necessário ler para de alguma forma fazer com que essa leitura chegue de forma direta e enxuta ao leitor/pesquisador, não na íntegra, é claro, mas, em formato de palavras-chave, descritores, indexadores, que traduzem essa leitura. Portanto, neste caso, existe o hábito obrigatório, mas, dentre essas leituras, tem aquela que chamou mais atenção, fazendo com que se demorasse mais nela, ultrapassando os limites da leitura técnica e até tomando o tempo que deveria ser dispensado as outras leituras ainda por vir.

Importante essa ressalva para se adentrar no outro aspecto dessa postagem, o gosto pela leitura. Este faz com que o leitor faça escolhas, tenha preferências e só leia de fato o que goste. Ele gosta de ler, mas de forma seletiva e até esporádica. Mas, de tanto ler suas escolhas ele pode passar a ter esse hábito, então aí teremos o gosto e o hábito pela leitura. 

E fazendo a leitura de tudo isso, tentando explicar melhor, utilizando a matemática para simplificar o complicado e entender melhor esse contexto, temos: o conjunto de leitores habituais, o conjunto de leitores por satisfação, sendo a interseção de ambos, ou seja, quem simultaneamente tem o hábito de ler e gosta de ler, na minha concepção, o verdadeiro leitor!


segunda-feira, 30 de setembro de 2019

LEITURA: LIVRE ARBÍTRIO

Por Ana Luiza Chaves

Muitas opções, para que dentre elas possam se fazer escolhas, conforme o gosto e o contexto de cada um.

Haverá uma leitura que chame a atenção, quer seja pelo conteúdo, pelo autor, pela indicação, pela badalação, pelo texto em si, pelas imagens ou pela simples curiosidade.

Daí outras escolhas virão, pois uma coisa leva a outra, ou melhor, uma leitura leva a outra leitura, ou melhor, ainda, uma coisa leva a mesma coisa - leitura leva a leitura, daí não se sai mais desse círculo virtuoso, entra-se em um túnel sem fim, porque sempre haverá a vontade de conhecer mais, é comum da mente humana e, se isso começa cedo, melhor ainda.


O túnel da leitura é uma escalada, subindo sempre degraus em busca do novo, do desconhecido, fazendo descobertas e associações, passeando-se, naturalmente, por várias leituras, ciências e matérias e, havendo pensamentos contrapostos, se pode refletir mais a respeito e chegar a uma conclusão, mesmo que passageira, pois nova descoberta haverá de vir.

Para continuar, é só subir mais degraus da leitura, de todas as formas, eles sempre levam a algum lugar melhor, mais claro ou mais fantasioso, misterioso, duvidoso... Não importa! O importante é enxergar além do limite que se tinha.

segunda-feira, 23 de setembro de 2019

BORDÕES, CHAVÕES E JARGÕES

Por Ana Luiza Chaves

Na comunicação oral e escrita tropeçamos no dia a dia com alguns vícios de linguagem, os quais, muitas vezes, comentemos de forma despercebida, em outras vezes, seguindo um modelo pré-estabelecido ou algo já muito presente no contexto, que não conseguimos nos desvencilhar. 

Segundo os autores que selecionei, são esses os conceitos desses vícios: bordão, chavão, e jargão, para os quais, depois de fazer a diferença entre eles, pois, às vezes, podem ser confundidos, serão exemplificados tomando a Biblioteconomia como contexto. 

Bordão é uma palavra ou locução sem função morfossintática que se repete geralmente de forma inconsciente ou automática, enquanto se fala ou escreve. “Palavra ou frase que alguma pessoa repete frequentemente, na fala ou escrita, por hábito vicioso”. (AULETE, 2019, online)

É uma expressão que já se popularizou, porque está associada sempre a alguém, que, em determinadas situações, utiliza em suas falas, como forma de se fazer conhecido, de criar um vínculo entre o comunicador e o seu ouvinte. 

Vários personagens, artistas, políticos, personalidades, autores, criam seus próprios bordões para caracterizar suas atitudes, seus pensamentos, de forma que os torne populares e possam passar a mensagem desejada. Na maioria das vezes esses bordões se instalam na memória das pessoas e são constantemente relembrados. 

Chavão é "um vício de estilo já incorporado como linguagem do texto empresarial" (GOLD, 2010, p. 21). A autora comenta que são expressões antiquadas, redundantes, que fazem o texto perder a eficácia, porque falha no efeito de prender a atenção do leitor, além de alguns conterem erros gramaticais ou semânticos. 

Medeiros (2009) também condena o chavão, para ele, são expressões antiquadas, um vício de estilo já incorporado nas empresas, que não traz eficácia ao texto e deve ser combatido. 

Chavões ou clichês, também surgem no nosso cotidiano de forma quase imperceptível. São frases feitas, por isso, a quem ache mais fácil escrever usando um deles, porque facilita a compreensão do leitor, uma vez que ele já está familiarizado, em função das repetições ao longo do tempo, nos diversos meios. 

Jargão é a "maneira característica e específica de um determinado grupo de se comunicar (GOLD, 2010, p. 25). Jargão Significa uma linguagem pouco compreensível, em muitos casos por ser específica de determinado grupo profissional ou sociocultural. Usá-lo de forma indiscriminada para qualquer público pode comprometer a compreensão do texto, da mensagem. Gold (2010) reforça que a linguagem técnica e os jargões devem ser utilizados apenas no meio específico, em situações que os exijam, porque todos têm a familiaridade. O excesso de linguagem técnica é um desrespeito ao receptor (MEDEIROS, 2009). 

Sempre são utilizados por um grupo de especialistas, de profissionais ou sociocultural, por muitas vezes, incompreensível para quem não faz parte desse mesmo grupo. São as famosas "gírias" especificas de grupos de um mesmo meio: bibliotecários, professores, advogados, veterinários, médicos, militares, agentes prisionais, etc. e de uso limitado a estes grupos. 

Depois da leitura dos conceitos, vejamos como essas expressões são utilizadas dentro do contexto da Biblioteconomia: 

Bordão 
Ler é uma atitude inteligente 
Biblioteca é lugar de silêncio 
Informação é poder 
Informação certa, na hora certa, para a pessoa certa 

Chavão 
A Biblioteca é um organismo vivo 
Informação para a tomada de decisão 
Explosão bibliográfica pós-guerra 
Uso de novas tecnologias 

Jargão 
Literatura cinzenta 
Processamento técnico 
Tombamento de livros 
Sociedade da informação 
Disseminação seletiva da informação 
Fazer uma remissiva 
Entrada de autor 

#otextoénosso #comunicação #Biblioteconomia

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AULETE, Caldas. Dicionário Caldas Aulete: Aulete digital. Rio de Janeiro: Lexikon Editora Digital, 2019. 
GOLD, Miriam. Redação empresarial: escrevendo com sucesso na era da globalização. 4. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. 287 p 
MEDEIROS, João Bosco. Redação empresarial. 6. ed. São Paulo: Atlas, único. 2009. 251 p.

segunda-feira, 9 de setembro de 2019

ADMINISTRAÇÃO: ALGO GRANDIOSO, SEM DIMENSÃO!

Por Ana Luiza Chaves


Administradores!
Cenários, estratégia, eficácia,
Liderança, qualidade e bons indicadores.

Conquistadores!
Desempenho, desafios, metas,
Lucros, resultados e mais consumidores.

Mantenedores!
Capital, aplicação, antecipação,
Previsão, negociação com fornecedores.

Articuladores!
Diversificação, risco, investimento,
Tecnologia, maximização e mais vetores.

Inovadores!
Humanização, desafio, observação,
Leitura, criação e novos valores.

Vencedores!
Batalha, ameaças, crises,
Oportunidades, contextos fomentadores.

Administrador, quando conquista, luta para manter, porém, se preciso for, se articula, inova, vai além, vencedor!

Parabéns a todos os administradores!

#otextoénosso #DiadoAdministrador

segunda-feira, 2 de setembro de 2019

CONQUISTANDO NOVOS PÚBLICOS

Por Fabíola Bezerra

Falar sobre Biblioteconomia para bibliotecários é fácil! O desafio consiste em falar para leigos!

Quem acompanha o nosso trabalho desde o início, sabe que em 2004 empreendemos um e-commerce de t-shirts, segmentado para bibliotecários. Se você for novo(a) por aqui ou não tomou ainda conhecimento, aproveito a ocasião para lhe apresentar a T-shirts Mural (www.t-shirtsmural.com.br), cuja lema é: “Leve a Biblioteconomia no peito”.


Por meio de diferentes estampas e frases divulgamos a profissão e os profissionais, usando também as bibliotecas como pano de fundo, para ressaltar a importância do nosso fazer bibliotecário.

Semana passada tivemos a oportunidade de participar pela primeira vez, como expositor, da VIII Bienal Internacional do Livro do Ceará, fizemos uma parceria com a Associação dos Bibliotecários do Ceará (ABC). Nessa parceria, dividimos, democraticamente, o espaço do stand com a ABC, o CRB-3, o Arquivo Público e a Biblioteca Pública, foi uma experiência muito positiva!

Como somos uma loja segmentada, nosso público alvo são os bibliotecários. A Bienal foi a nossa primeira experiência em um evento cujo público consumidor eram pessoas de diferentes áreas do conhecimento.

Nesse sentido, tivemos o desafio de levar a nossa mensagem, estampada em diferentes modelos, a fim de atender a outros públicos.

Foi interessante perceber o interesse, a curiosidade e o encantamento junto às t-shirts, de centenas de pessoas que passaram pelo stand durante a Bienal. Um outro desafio foi entender a percepção de valor de um produto e de um segmento alheio à maioria do público. Aprendi nas minhas leituras sobre marketing, que preço e valor são coisas bem diferentes.

PREÇO é o que você paga quando compra um determinado produto, VALOR é o que você leva quando adquire um produto que deseja muito.

Nessa perspectiva, para os bibliotecários que passaram pelo stand e adquiriram uma T-shirts Mural, o que contou na decisão de compra foi o “valor” que eles perceberam sobre o nosso produto e sobre o nosso propósito de valorização profissional.

Mas, em meio a tantas formas de conquistar o público na Bienal, tais como palestras, oficinas, rodas de conversa, etc., levar informação de forma lúdica e criativa estampada no peito, pode ter sido um veículo por demais atraente para os vários visitantes que conheceram a t-shirts.

Diante da aceitação, o que podemos inferir de uma forma geral, que além de pagarem por preço, consideraram também o valor.

Os muitos visitantes que adquiriram um de nossos modelos, foram motivados pelo diferencial nas mensagens estampadas nas t-shirts, segundo eles: “uma maneira diferente de falar de livros, de leitura e de conhecimento”.

Tudo isso nos motivou a continuar a produzir mais t-shirts, a criar novos modelos, a buscar novos públicos, interagindo de forma mais ampla, mas sempre trazendo a Biblioteconomia no peito.

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

TODOS OS TIPOS DE LEITURA VALEM A PENA







Leitura que forma e informa.
Leitura que pondera e empondera.
Leitura que nasce e renasce.
Leitura que é diária e solidária.
Leitura que canta e encanta.
Leitura que é legal serve de base legal.
Leitura obrigatória, sempre na memória.
Leitura que fundamenta, faz ementa.
Leitura de lazer, que dá prazer.
Leitura que distrai é a mesma que atrai.
Leitura que causa dependência e independência.
Leitura que implode e explode.
Leitura inclusiva, inclusive.
Leitura acessível é possível.
Leitura que possibilita, não limita.
Leitura quente, que esfria a mente.
Leitura de momento, fomento em tempo.

segunda-feira, 19 de agosto de 2019

BIENAL, MUITOS LIVROS ETC. E TAL

Por Ana Luiza Chaves

Bienal do livro, um diálogo literário com a sociedade, multifacetado e cheio de novidades, lançamentos, cultura, literatura e pensamentos.



Oportunidade para conhecer e vivenciar o que está acontecendo no cenário literário, interagir com pessoas e, de quebra, aproveitar para atualizar a biblioteca.

Os eventos vão acontecendo simultaneamente em vários espaços, como não é possível participar de tudo, vamos fazendo escolhas, por esse ou por aquele, a partir de nossas preferências.

Público não falta, da criança em idade escolar ao idoso com vontade de se atualizar. Quem ainda não foi, precisa aproveitar.

segunda-feira, 12 de agosto de 2019

EU TAMBÉM TENHO TESOUROS DE BIBLIOTECAS

Por Ana Luiza Chaves

Mais de cem anos é a idade desse livro, Anna Karenina, fantástica obra de Leon Tolstoi, que já passou pelas mãos de três gerações da minha família. A edição é de 1912, da Guimarães Editores, de Lisboa.


Recebi do legado literário de uma tia, que por sua fez recebeu de sua mãe, minha avó paterna Luiza, de quem herdei o nome.

Anna Karenina, a obra, resistiu ao tempo, mas, Anna Karenina, a personagem, não resistiu à aventura de viver um romance extraconjugal, um amor arrebatador e proibido, fatal para a época, que foi evoluindo e declinando em meio a amores e rumores, encontros e desencontros, verdades e mentiras, humilhações, crises e destruições.

Quem ainda não leu, precisa ler, é um clássico da literatura russa e mundial, que retrata a vida da aristocracia na Rússia czarista, cheia de conflitos, complexidade e ambiguidade nas relações de família.

Na minha concepção uma relíquia, um tesouro, que guardo na minha estante.

E sobre prendas do lar, quem já ouviu falar?

Se você é nascido posteriormente ao último quartil do século XX, provavelmente não sabe do que se trata. Segundo o Aulete Digital, prendas do lar é: “Trabalho daqueles cuja atividade, não remunerada, é cuidar do lar, como as mães, esposas, etc.”

Qual mulher dessa época e de tempos atrás não aprendia por obrigação as tais prendas do lar? Bordar, costurar, tricotar, cozinhar, passar, arrumar, dentre outras, eram as tarefas unicamente dedicadas ao sexo feminino, que deviam ser ensinadas pela mãe, tendo em vista o seu único futuro, o casamento.

Nessa raridade de livro, "A Mulher e o lar", da Editora Globo (1949), do legado de outra Tia, de quem herdei o nome Ana, encontramos algumas técnicas e dicas de trabalhos manuais para a dona de casa das primeiras décadas do Século XX. Frivolitė, tricot, filet, crochet, dentre outras, são ensinadas passo a passo nos fascículos editados periodicamente.


Hoje temos tudo isso no ciberespaço, no Pinterest, em blogs específicos e até em fanpages, uma facilidade enorme, comparada à forma nostálgica de adquirir, de acessar e de colecionar de outros tempos.

E hoje temos também a mulher em outro contexto frente ao casamento e ao seu posicionamento na sociedade, atuando em diversas atividades, conforme o seu desejo. É óbvio que ainda há aquelas que se dedicam a essas atividades, mas, é óbvio também, que ao fazê-lo é por desejo próprio, por prazer, por opção, ou em função de uma atividade profissional. Para aquelas que não gostam, não têm aptidão ou tempo para se dedicarem a tais atividades, há agências que oferecem profissionais especializados nesse mister.

São livros que contam histórias de outros tempos, verdadeiros tesouros. E você, tem algum tesouro de biblioteca para compartilhar?

segunda-feira, 29 de julho de 2019

BIBLIOTECA E PARCERIA PEDAGÓGICA

Por Ana Luiza Chaves


A biblioteca é um organismo dinâmico cuja essência é pedagógica. Essa função remonta à Antiguidade, mas, na Contemporaneidade, no contexto atual, ainda é um espaço/recurso que pode ser mais bem explorado, pois tem um grande potencial para oferecer e agregar à educação, se utilizado de forma planejada e integrada.

Integrar a biblioteca à sala de aula, fazendo daquela uma extensão desta é uma proposta de parceria pedagógica, a fim de possibilitar que o professor tenha mais opções para conduzir suas aulas de forma diferenciada, utilizando-se dos recursos da biblioteca.



A leitura ideal é de uma biblioteca que se propõe a ser um espaço de convivência social, onde possa ocorrer o intercâmbio de ideias, a exposição da subjetividade e, sobretudo, a interdisciplinaridade, propiciando que esses recursos estejam sempre em evidência, "à flor da pele".

A parceria de que se fala aproxima, de uma forma geral, a sala de aula à biblioteca e, mais especificamente, o leitor ao livro [1], tudo para agregar valor à ação ensino-aprendizagem, em que se destaca o processo de leitura, como fator educativo incisivo para sua concretização, por meio da orientação do professor e da colaboração do bibliotecário.

Fazendo a leitura da atualidade, na era da informação e da gestão do conhecimento, cabe ao bibliotecário, além da tarefa precípua de administrar o acervo e a biblioteca em geral, a função inteligente de atender aos seus usuários, educando-os social e pedagogicamente, por intermédio de políticas e projetos próprios, mas, sempre de acordo com a missão da instituição a que pertence. Ao se falar em função social e pedagógica do bibliotecário, não se está querendo assumir a posição tão bem definida e importante do professor, mas contribuir com ele para o crescimento e amadurecimento do educando, no tocante à difusão da informação e da promoção da leitura, visando manifestar nele a formação de um pensamento construtivo e crítico.

Portanto, cada biblioteca deve ser um espaço dinâmico e articulado, em que se possam cumprir as 5 leis de Ranganathan [2], explicitando que o livro é o meio que leva ao conhecimento e, para tanto, é função do bibliotecário conhecer sua clientela, divulgar seu acervo, facilitando o acesso e ficando de olho nas novas necessidades para crescer de forma controlada, focada e atual. O ser humano tem o direito de ter acesso ao conhecimento e, como este se encontra de forma mais concentrada, abundante e democrática numa biblioteca, a ordem é explorá-la.

Seguem algumas sugestões de práticas pedagógicas:
  • Convivência dos alunos na biblioteca;
  • Orientação para pesquisa de livros, matérias, artigos científicos no acervo físico e em bases de dados;
  • Levantamento bibliográfico sobre assuntos apresentados em sala de aula;
  • Leitura comparativa de dois ou mais autores, descobrindo os contrapontos entre eles;
  • Busca de notícia do cotidiano para relacionamento com a teoria apresentada em sala de aula;
  • Leitura de texto curioso, polêmico, que apresente dicotomia de opiniões, para apresentação em sala de aula;
  • Leitura de texto para retirada da ideia central, com a marcação de palavras-chave;
  • Elaboração de texto, a partir de pesquisa, para apresentação de seminário em sala de aula;
  • Escolha de trabalhos científicos da internet para leitura e elaboração de um trabalho fruto dessa leitura;
  • Levantamento de definições sobre certo tema na concepção de vários autores; Busca de um tema desconhecido para aprofundamento de conhecimento, iniciando pelas obras de referência e depois em obras específicas;
  • Trabalho junto aos anúncios de jornais para vivenciar situações em sala de aula;
  • Busca de imagens na WEB representativas de situações comentadas em sala de aula.
São inúmeras as opções que podem ser utilizadas, inclusive sugeridas pelos professores e alunos, para votação em sala de aula e colocação em prática. Cabe ao bibliotecário recepcioná-los bem no espaço, conduzir e orientar corretamente as pesquisas, após a definição pelo professor, tanto na técnica, como no que tange ao rigor científico e à questão dos direitos autorais.

A seguir, situam-se ações em contexto temporal, que podem ser planejadas, para enriquecer as práticas pedagógicas.

Sugestões de ações de curto prazo:
  • Levantar junto à Coordenação do Curso as publicações necessárias para complementar o acervo bibliográfico;
  • Confecção do Manual do Aluno referente aos serviços da Biblioteca;
  • Reunião com a coordenação do curso para planejamento das práticas pedagógicas;
  • Promover o acolhimento de forma coletiva e programada dos alunos ingressos no semestre/ano, em parceria com a Coordenação do Curso, por intermédio de visitas no horário de aula, acompanhadas pelo professor de disciplina introdutória, como forma de apresentar os serviços e normativos da biblioteca, incluindo o evento no calendário acadêmico;
  • Planejamento da comemoração da Semana Nacional do Livro e da Biblioteca, conforme preceitua o Decreto nº 84.631, de 12 de abril de 1980, em parceria com a unidade de marketing, institucionalizando o evento com a inclusão no calendário escolar/acadêmico.
Sugestões de ações de médio e longo prazo:
  • Projeto de endomarketing com campanhas regulares, sistemáticas e temáticas, em parceria com a unidade de marketing, a fim de divulgar e valorizar a unidade biblioteca, revertendo em valores didático-pedagógicos para somar às atividades acadêmicas;
  • Elaboração de projeto de apresentação institucional da Biblioteca aos alunos novatos, em mídia digital, em parceria com a unidade de marketing, incluindo o evento no calendário escolar/acadêmico;
  • Educação para uso correto dos recursos informáticos no ambiente escolar/acadêmico;
  • Comemoração de calendário cultural, conforme interesse, contextualizando com os temas abordados em sala de aula, por meio da representatividade dos alunos ou de pessoas convidadas;
  • Projeto de responsabilidade social.

[1] Entenda-se aqui livro nas mais diferentes formas da atualidade.
[2] Válidas e pertinentes até a atualidade.